quinta-feira, 15 de novembro de 2012

BATEU AQUELA TRISTEZA?

"Não se perca em seus sentimentos!”
As expressões "estou triste" ou "estou deprimido" parecem tão comuns em nossos dias, mas pouco paramos para pensar no que nos leva a esses “estados de tristeza”. Mais ainda: algumas pessoas pensam tanto nela, que alimentam, eternamente, um sentimento que, usualmente, representaria e expressaria apenas uma fase passageira de sua vida.

Situações difíceis e estressantes exigem de nós uma capacidade de adaptação que nos permite voltar a alcançar um estado emocional normal. Pensar naquilo que é positivo é uma forma de superar os momentos de tristeza sem negá-los, mas, também, sem valorizar fortemente tal situação. Buscar atividades sociais, esportivas e de lazer também são formas externas de lidar com este sentimento.

Estar triste e sentir tristeza são condições psicológicas que fazem parte da vida humana, e não há por que temer vivenciar tal estado. Sentir dor pela perda, viver o luto, terminar um namoro, ter frustrações nas amizades e experimentar que a vida não é feita só de alegrias é o conjunto dinâmico e equilibrado da vida. Porém, muitas vezes, desenvolvemos respostas emocionais negativas e, a partir delas,
tudo se torna uma tristeza constante; ou mesmo criamos nossos filhos deixando-os “protegidos” de qualquer ameaça.

Depressão é muito mais do que uma tristeza, mas esta, se for cultivada e excessivamente valorizada, pode se tornar uma doença. Ficar triste faz parte da vida, não precisa de tratamento e nos permite experimentar o lado bom e o ruim da vida. Muitas pessoas evitam, a todo custo, o sofrimento ou mesmo evitam que as pessoas ao seu redor sofram. Com isto, apenas alimentam uma vida de conto de fadas. O tempo da tristeza é relativo e está bastante relacionado ao tipo de situação que vivemos.

Por outro lado, pense no seguinte: nosso tempo nos coloca um ritmo para que vivamos os
processos da vida sem dor, sem sofrimento e com muita rapidez. Não admitir a amargura é um mecanismo de defesa, algo que nos protege, que faz com que evitemos as situações.

O que a tristeza tem para nos ensinar? Nem toda melancolia é depressão, nem tudo é curado com remédios. Encarar as situações negativas com serenidade, observando os fatos e as consequências é muito importante. Quando admitimos que somos parte de um problema, podemos rever nossas atitudes e crescer. Ao fazer o papel de vítima – que pode ser mais confortável e bastante cômodo – não assumimos nossas culpas e “terceirizamos” nossos os problemas. Sempre haverá um culpado, uma situação difícil ou coisa assim. Mas vale lembrar também o quanto algumas pessoas têm uma visão extremamente negativa de si, sem perceber nada de positivo no que fazem, olhando o mundo por um olhar altamente crítico, negativo; apenas valorizando as desolações.

A satisfação é feita de frustrações, de perdas e dores. Evitar o sofrimento é como “negar” uma parte importante da vida e experimentar apenas o imediato, a necessidade urgente de estar melhor, as alegrias de um mundo que cultiva o imediatismo e o prazer de uma vida fácil. Nesta reflexão, faço a você um novo convite: que possamos dar um significado às tristezas da vida sem fugir delas, mas saindo fortalecidos desta batalha, superando as dificuldades do momento, valorizando as experiências e retomando o ciclo normal de nossas vidas. Não há solução fácil, mágica ou imediata, mas é algo possível a partir da nossa iniciativa e nosso empenho, com uma forma diferente de encarar a vida.

Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com
Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.
Blog: temasempsicologia.wordpress.com
Twitter: @elaineribeirosp 




Deus abençoe!
Godofredo Nunes
 

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