A razão
teológica pela qual a Igreja batiza crianças é que o Batismo não
é como uma matrícula em um clube, mas é um renascer para a vida
nova de filhos de Deus, que acontece mesmo que a criança não tome
conhecimento do fato. Este renascer da criança a faz herdeira de
Deus. A partir do Batismo a graça trabalha em seu coração (cf. 1Jo
3,9), como um princípio sobrenatural. Elas não podem professar a
fé, mas são batizadas na fé da Igreja a pedido dos pais.
Santo
Agostinho explicava bem isto: “As crianças são apresentadas para
receber a graça espiritual, não tanto por aqueles que as levam nos
braços (embora, também por eles, se são bons fiéis), mas
sobretudo pela sociedade espiritual dos santos e dos fiéis… É a
Mãe Igreja toda, que está presente nos seus santos, a agir, pois é
ela inteira que os gera a todos e a cada um” (Epíst. 98,5).
Nenhum pai
espera o filho chegar à idade adulta para lhe perguntar se ele quer
ser educado, ir para a escola, tomar as vacinas, etc. Da mesma forma
deve proceder com os valores espirituais. Se amanhã, esta criança
vier a rejeitar o seu Batismo, na idade adulta, o mal lhe será
menor, da mesma forma que se na idade adulta renegasse os estudos ou
as vacinas que os pais lhe propiciaram na infância.
A
Bíblia dá indícios de que a Igreja sempre batizou crianças. Na
casa do centurião Cornélio (“com toda a sua casa”; At
10,1s.24.44.47s); a negociante Lídia de Filipos (At 16,14s); o
carcereiro de Filipos (At 16,31-33), Crispo de Corinto (At 18,8); a
família de Estéfanas (1Cor 1,16). Orígenes de Alexandria († 250)
e S. Agostinho († 430), atestam que “o costume de batizar
crianças é tradição recebida dos Apóstolos”. Santo Irineu de
Lião († 202) considera óbvia a presença de “crianças e
pequeninos” entre os batizados (Contra as heresias II 24,4). Um
Sínodo da África, sob São Cipriano de Cartago († 258) aprovou
que se batizasse crianças “já a partir do segundo ou terceiro dia
após o nascimento” (Epíst. 64).
O Concilio
regional de Cartago, em 418, afirmou: “Também os mais pequeninos
que não tenham ainda podido cometer pessoalmente um pecado, são
verdadeiramente batizados para a remissão dos pecados, a fim de que,
mediante a regeneração, seja purificado aquilo que eles têm de
nascença” (Cânon 2, DS 223).
No Credo do
Povo de Deus, o Papa Paulo VI afirmou: “O Batismo deve ser
ministrado também às criancinhas que não tenham podido ainda
tornar-se culpadas de qualquer pecado pessoal, a fim de que elas,
tendo nascido privadas da graça sobrenatural,renasçam pela água e
pelo Espírito Santo para a vida divina em Cristo Jesus” (nº 18).
Professor
Felipe Aquino
Membro da Comunidade Canção Nova
Deus
abençoe!
Godofredo
Nunes
Fonte:http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2013/01/03/por-que-batizar-as-criancas
0 comentários:
Postar um comentário